… Tinha alguma coisa que não saía da minha cabeça desde que eu fiquei sabendo que hoje era o dia da poesia.
Depois de revirar os porões da memória e a minha velha gaveta de gibis, descobri o que era.
Voilà!
Turma da Mônica. Pura magia poética.
Enquanto a Odisseia não deslancha (até agora, foram só lamentos, recordações, oh glorioso filho de Zeus para cá e para lá), e já que hoje é o Dia Nacional da Poesia, acho que vale a pena compartilhar um poema que conheci nesta semana.
Como já comentei por aqui, nunca fui muito chegada a poesia. Sou inquieta, penso em mil coisas ao mesmo tempo, e a leitura de poesias nos tempos do colégio exigiam da gente um tempo para decifrar, refletir o que o poeta quis dizer.
Mas eu descobri que poesia pode ser como aquelas canções que você escutou a vida inteira sem dar muita bola, quando, de repente!, você descobre o sentido dela. E ela vira uma das suas preferidas.
Esta semana conheci (ou revi, sei lá, talvez já tivesse lido alguma vez em um remoto passado escolar) o poema Teresa, do Manuel Bandeira.
E para ilustrar este poema surrealista, escolhi uma tela do Ismael Nery, cujo título o Google bem que procurou, mas não conseguiu encontrar pra mim.
Teresa
A primeira vez que vi Teresa
Achei que ela tinha pernas estúpidas
Achei também que a cara parecia uma perna
Quando vi Teresa de novo
Achei que os olhos eram muito mais velhos que o resto do corpo
(Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto do corpo nascesse)
Da terceira vez não vi mais nada
Os céus se misturaram com a terra
E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face das águas.