Um adeus temporário

Por fim terminei de ler Crime e Castigo. Uma pequena conquista pessoal, já que, como contei aqui, eu tinha tentado começar outras vezes e não tinha conseguido.

Mas sou uma firme defensora de que não existe livros difíceis, existem livros que a gente ainda não tem maturidade para ler.

Sempre que você começar um livro e achar chato e incompreensível, você tem dois caminhos. Pode insistir bravamente, dizendo que “não larga as coisas pela metade”, ou pode deixar para lá. Nos dois casos, é preciso humildade. Não é porque engoliu até o fim (nariz tampado para não sentir o gosto amargo), que você vivenciou de verdade o “livro difícil”. Às vezes ele nem relou direito em você, deu só uns cutucões que você nem sentiu. Li alguns livros da escola desse jeito.

Mas também é preciso ser humilde para interromper a leitura, guardar o livro na estante e dizer carinhosamente para ele: qualquer dia desses a gente se revê. Não tô pronto ainda, mas fica paradinho aí na prateleira, que eu vou voltar. Reli vários livros da escola desse jeito.

Raskolnikov5

Crédito: Vasiliy Lozhkin.

E com Crime e Castigo também foi assim.

O que no começo parecia tão difícil logo se revelou uma história fascinante, inteligente, e o melhor, com ritmo de novela policial.

Ainda vou voltar a escrever outras vezes sobre este romance, porque esta é uma daquelas obras que a gente relê ao longo da vida, cada vez extraindo um novo significado. Não vai ser dessa vez que Crime e Castigo vai ficar esquecido na estante, para nunca mais voltar a ser aberto…

Um comentário em “Um adeus temporário

  1. Lidi Raeder disse:

    Isso aconteceu comigo em “A insustentável leveza do ser”. Tranquilo de ler, mas chatinho. Hoje olhei pra ele de novo, mas tenho uma lista grande antes de arriscar de novo. 🙂

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