Por fim terminei de ler Crime e Castigo. Uma pequena conquista pessoal, já que, como contei aqui, eu tinha tentado começar outras vezes e não tinha conseguido.
Mas sou uma firme defensora de que não existe livros difíceis, existem livros que a gente ainda não tem maturidade para ler.
Sempre que você começar um livro e achar chato e incompreensível, você tem dois caminhos. Pode insistir bravamente, dizendo que “não larga as coisas pela metade”, ou pode deixar para lá. Nos dois casos, é preciso humildade. Não é porque engoliu até o fim (nariz tampado para não sentir o gosto amargo), que você vivenciou de verdade o “livro difícil”. Às vezes ele nem relou direito em você, deu só uns cutucões que você nem sentiu. Li alguns livros da escola desse jeito.
Mas também é preciso ser humilde para interromper a leitura, guardar o livro na estante e dizer carinhosamente para ele: qualquer dia desses a gente se revê. Não tô pronto ainda, mas fica paradinho aí na prateleira, que eu vou voltar. Reli vários livros da escola desse jeito.
E com Crime e Castigo também foi assim.
O que no começo parecia tão difícil logo se revelou uma história fascinante, inteligente, e o melhor, com ritmo de novela policial.
Ainda vou voltar a escrever outras vezes sobre este romance, porque esta é uma daquelas obras que a gente relê ao longo da vida, cada vez extraindo um novo significado. Não vai ser dessa vez que Crime e Castigo vai ficar esquecido na estante, para nunca mais voltar a ser aberto…
Isso aconteceu comigo em “A insustentável leveza do ser”. Tranquilo de ler, mas chatinho. Hoje olhei pra ele de novo, mas tenho uma lista grande antes de arriscar de novo. 🙂