Mas já?

Acabei o Conto do Catador de Bambu!

Até que demorei demais, sabiam? Dava para ler fácil fácil em uma hora, uma hora e meia. É que ontem e anteontem eu só tive tempo para estudar para minhas provas…

Mas eu estava pensando. Como o Conto do Catador de Bambu é uma história desconhecida pelos brasileiros, sem tradução em português, e sem nenhum videozinho em português contando a história, como esse:

Então, eu pensei traduzir o conto e colocar aqui!…

Mas isso vai ficar para as férias de julho, né…

Aguardem!

Conto do cortador de bambu: sinopse

Anônimo
Primeira edição: século X
Título alternativo: A lenda da princesa Kaguya
Idioma original: japonês
 

O conto do cortador de bambu é citado no Conto de Genji como “o ancestral de todos os romances”.

É também a mais antiga obra de ficção japonesa sobrevivente. Existem várias teorias sobre a data precisa em que foi escrita, mas acredita-se que tenha surgido no fim do século IX e início do século X. Yasunari Kawabata,  um dos melhores romancistas do Japão, lançou sua versão moderna em 1998.

Trata-se da história de Kaguya-hime, uma princesa belíssima achada ainda bebê por um velho catador de bambu. Sua beleza impressiona os homens e, na tentativa de casá-la, seu guardião escolhe para ela cinco pretendentes.

A indiferente Kaguya-hime, relutando em se casar, impõe-lhes tarefas impossíveis. Os candidatos malandramen

te usam seu dinheiro e sua posição para tentar convencer a princesa de que realizaram suas tarefas. Um príncipe faz um grupo trabalhar dia e noite produzindo um ramo de ouro para a princesa; outro paga um chinês para encontrar um manto à prova de fogo.

As ilustrações de Masayuki Miyata da versão de Kawabata são tão lindas que justificam a leitura por si mesmas.

Oscar Rickett (adapatado)

12º livro: O conto do cortador de bambu

Muito tempo atrás, quando o blog era apenas um bebê de três semanas, eu percebi pela primeira vez que ler os “1001 livros para ler antes de morrer” da nossa lista original não seria assim tão fácil.

Muitas obras que lá fora são clássicos extremamente populares nunca botaram os pés no Brasil. Pelo menos, não em português.

É nessas horas que a gente vê o quanto a cultura dos livros é incipiente no nosso país. Sempre que saio de São Paulo, fico impressionada com a dificuldade de encontrar livrarias, mesmo em cidades muito importantes! Bem, para falar a verdade, mesmo em São Paulo é difícil achar boas livrarias nos bairros periféricos. E quando as encontro, a oferta é minúscula, resumida basicamente em best sellers e livros de autoajuda.

Fonte: pesquisa "Retratos da leitura no Brasil" - Instituto Pró-Livro

Já disse mais de uma vez aqui que não tenho nada contra estes livros – pelo contrário, acho que eles são importantíssimos para inseminar a sementinha da leitura nas pessoas, principalmente nos jovens.

Por outro lado, não encontrar com facilidade os livros do Fernando Sabino, da Lygia Fagundes Telles, do Érico Verissimo e de tantos outros grandes escritores brasileiros é simplesmente revoltante! Estes autores deveriam ser facilmente encontrados em qualquer banca de jornal, vendidos por menos de dez reais!

Mas, infelizmente, não dá colocar a culpa apenas nas editoras, que imprimem tiragens pequenas e luxuosas dos clássicos da literatura, e as distribuem só para redes de livrarias das grandes metrópoles, a preços exorbitantes.

O Leo, um amigo meu que é formado em editoração, me deu uma explicação simples do porquê dessa situação.

As editoras brasileiras não produzem livros baratos com papel de jornal porque os livros podem demorar meses ou até anos nas prateleiras de uma livraria para serem vendidos. Se o papel não tiver qualidade, ele amarela, a capa amassa, enfim – o produto se torna pouco atraente para o consumidor.

Além do mais, existe o problema da demanda. O mercado de livros é muito pequeno no Brasil, por isso as tiragens têm de ser pequenas, se não os produtos correm o risco de ficar encalhados. Tudo isso leva os livros a terem uma tiragem média de apenas 2/3 mil exemplares, enquanto num país como os Estados Unidos a tiragem de um livro comum é de no mínimo 10 mil.

(Saiba mais lendo esta matéria da Superinteressante)

O resultado dessa triste equação é que existem algumas histórias que os editores não tem sequer interesse de publicar no Brasil, porque são tão desconhecidas que as vendas seriam pífias.

É o caso do nosso 12º livro, O conto do cortador de Bambu.

Você já ouviu falar? Eu nunca tinha ouvido falar…

Mas com uma simples pesquisa no Google, eu descobri que trata-se de uma fábula muito conhecida no Japão, fonte de inspiração para dezenas de produções, como o famoso mangá/desenho animado Sailor Moon.

Momento nostalgia: enquanto os meninos viam Dragon Ball, as meninas ficavam com Sailor Moon

Mas não havia edição em português… então encomendei uma em espanhol. Demorou quase três meses para chegar, até pensei que não viria mais. E mesmo com todos os custos de importação, chegou custando 30 reais. Caro, mas bem mais em conta do que os 49 reais que custam A Guerra dos Tronos – As Crônicas de Gelo e Fogo, atual campeã de vendas da livraria Saraiva…

Infelizmente, na lista dos “1001 livros para ler antes de morrer” eu encontrei muitos outros livros na mesma situação. E não vai ser possível ficar encomendando um livro por semana, meu orçamento não vai aguentar…

Bom, o post ficou bem mais comprido do que eu imaginei, então vou deixar a sinopse para amanhã.

Por sinal, ficou muito bonito o tamplate novo, não é?

2º livro: FAIL

Nem bem começou, e o Projeto está enfrentando o seu primeiro acidente de percurso: é que não existe versão brasileira para o segundo livro da nossa lista de 1001 livros para Ler Antes de Morrer: “O conto do cortador de bambu”.

O que espanta é que, pelo que eu pesquisei, esta é uma obra elementar da literatura oriental. É simplesmente o primeira ficção em língua japonesa. E, ao que parece, ninguém fez a gentileza de publicá-la no Brasil, onde há uma importantíssima colônia nipônica!

Segundo as regras do Projeto, isto seria motivo para substituir o título por algum outro, que a lista do nosso amigo Boxall ignorou.

Mas eu fiquei realmente curiosa em ler “O conto do cortador de bambu”, afinal, eu nunca li coisa alguma da literatura japonesa.

Por isto, tenha o leitor um pouco de paciência até a Livraria Cultura importar para mim “El cuento del cortador de bambu”! Que bom que pelo menos os nossos hermanos hispânicos deram o devido valor ao primeiro romance japonês de todos os tempos.

Por amanhã, iremos ao próximo livro!